Foto: divulgação

RoboCup: equipe baiana é campeã mundial na categoria de drones

Grupo garantiu 20 pontos à frente do segundo colocado, o TechAgroS, do Instituto Federal do Mato Grosso (IFMT). Competição acontece em Salvador, no Centro de Convenções.

Por g1 BA

O Campeonato Mundial de Robótica e Inteligência Artificial só chega ao fim na próxima segunda-feira (21), no Centro de Convenções de Salvador, mas a delegação baiana já garantiu um troféu: a equipe BahiaRT, da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), conquistou o primeiro lugar na categoria “Flying Robots” (“robôs voadores” ou, simplesmente, drones).

Trata-se de uma nova modalidade, criada por brasileiros e ainda não incluída formalmente na RoboCup, como a competição é chamada.

O BahiaRT foi o único time baiano nessa categoria. Em contato com g1, o líder da equipe de drones, José Grimaldo, disse que eles se destacaram na aprendizagem profunda para detecção de gestos de pessoas e de pontos de interesse na arena.

“Cada uma dessas [atividades] foi importante para realizar missões, respectivamente, de controle de drones através de gestos e também de pouso em bases móveis”, destacou.

A categoria contou ainda com provas como a entrega de kits de primeiros socorros, inspeções e busca por vítimas em locais de difícil acesso.

O time Bahia RT conseguiu uma vantagem de 20 pontos em relação ao segundo colocado, o TechAgroS, do Instituto Federal do Mato Grosso (IFMT). Para os baianos, o resultado foi uma mistura de “alegria, alívio e orgulho”.

“A competição foi intensa e todo mundo trouxe soluções criativas, então ganhar esse troféu é uma validação enorme do trabalho que a gente vem fazendo. A gente sabia que tinha uma proposta sólida, mas em uma modalidade tão nova, tudo pode acontecer”.

Como prêmio, eles levam um troféu e reconhecimento para casa — por se tratar de um evento de caráter científico, a RoboCup não recompensa os vencedores com dinheiro.

O grupo agora torce para que a organização aprove a disputa de drones como modalidade oficial a ser mantida nas próximas edições do evento. “A resposta do público foi muito positiva e o Brasil e o mundo já tem uma comunidade forte de times em campeonatos envolvendo drones e robótica aérea”, destacou Grimaldi.

Realizada anualmente, a “Copa do Mundo de Robôs” reuniu 40 delegações de diversos países, como Estados Unidos, Japão e China, somando mais de 2 mil competidores. O Brasil está representado por 45 equipes em 15 categorias.

Destaques baianos

Ao todo, seis times baianos participam da RoboCup: três na divisão major, destinada a maiores de idade, e quatro na júnior, destinada aos menores.

Os times vêm de quatro organizações diferentes:

Universidade do Estado da Bahia (Uneb), em Salvador;
Colégio da Polícia Militar (CPM) – Unidade Lobato, em Salvador;
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifba) de Eunápolis, no extremo sul;
Colégio Nossa Senhora de Fátima, em Vitória da Conquista, sudoeste do estado.

Com cerca de 200 pessoas, entre estudantes e profissionais da área de tecnologia, a delegação brasileira compete em todas as modalidades, entre elas futebol de robôs, cuidados domésticos, resgates em áreas de risco e drones.

Os representantes baianos disputam nas categorias “Home”, “Flying Robots”, “Soccer Simulation”, “Rescue Júnior”. Conheça cada uma delas abaixo.

⚽Soccer (futebol)

As regras do futebol para robôs se assemelham às tradicionais para os humanos, com escanteios, faltas, pênaltis, dois tempos de jogo e até saída de bola no meio de campo.

Nesse caso, os robôs são separados entre humanoides e não-humanoides. Aqueles que têm partes semelhantes às humanas jogam em até dois campos diferentes, separados por um tamanho maior e outro menor. Para vencer, os times humanoides precisam marcar mais gols que o adversário em um determinado tempo.

Segundo Thiago Pedro, responsável local pela modalidade, os robôs são autônomos e precisam ser treinados para saírem vitoriosos.

“Cada robô tem um computador, ele toma sozinho a decisão de partir em direção à bola, parar próximo a ela e executar o chute quando entender que deve. Cada estudante se ocupa de uma parte do processo de treinamento e deixa a máquina pronta para entregar 100% no dia das competições”, disse Thiago. Aqueles que não parecem humanos e correm com rodas, e não pernas, são os não-humanoides. Como principal diferença, essa subcategoria explora a velocidade, o dinamismo e a interação entre os “jogadores”.

São máquinas que podem andar até 2 metros por segundo. As regras são quase as mesmas, com a diferença de que, se um time abrir 10 gols à frente do adversário, a partida é encerrada antes do fim do tempo regulamentar.

🏠 Home (Domésticos)

A modalidade conhecida em inglês como “home” é entendida como cuidados ou serviços domésticos. Nesse segmento, as equipes apresentem robôs capazes de auxiliar em tarefas do cotidiano, como recepcionar pessoas, trazer e levar objetos entre ambientes, abrir e fechar portas e até levar o lixo para fora de casa. A máquina deve reconhecer e mapear não apenas os utensílios, mas também o cômodo acessado, para evitar colisões e quedas. Para levantar esse título, a Bahia aposta suas fichas em “Bill”, robô da equipe Bahia RT, da Uneb. Eles são os únicos competidores nessa modalidade.

Na RoboCup, os participantes são colocados em arenas de teste que simulam essas funções. Para Fagner Pimentel, organizador local da categoria, o mundo está testando o que teremos no futuro dentro de casa.

“Os estudantes mapeiam o local das provas, escaneiam os objetos, informam isso para a inteligência artificial do robô e treinam ela para reconhecer os cômodos e comandos que o avaliador pedirá na hora da prova”, detalhou Fagner.

👨‍🚒 Rescue (Resgate)

A terceira categoria simula ambientes de desastres naturais e urbanos, onde seres humanos não conseguiriam acessar ou seriam considerados de alto risco. Os robôs precisam completar um percurso por plataformas que deslizam degraus de alturas variadas e irregulares. Nessa categoria, a Bahia não tem representantes na divisão sênior, mas sim na júnior. O estado é representado pelo time Bravo, do Colégio Militar.

🤖 Flying Robots (Drones)

Nesta modalidade, os robôs voadores, mais conhecidos como drones, não são operados por humanos como estamos acostumados a ver. Eles precisam usar inteligência artificial e completar as tarefas propostas pelos avaliadores de forma autônoma. Em geral, os equipamentos simulam missões em ambientes perigosos. Entre as dinâmicas estão entrega de kits de primeiros socorros, inspeções e busca por vítimas em locais de difícil acesso. A modalidade “flying robots” foi criada por brasileiros e participa pela primeira vez da RoboCup. Se aprovada, a categoria será incluída oficialmente nas próximas edições.

A Bahia disputa essa categoria através da equipe Bahia RT. Para ganhar o título, o drone precisará entrar e sair de lugares escuros, levar objetos entre plataformas e obedecer a comandos verbais e gestuais.

“Esse drone pode entrar em locais de baixa visibilidade, retornar até a base de resgate e passar informações que serão essenciais para o resgate de vítimas, como em casos de enchentes ou até incêndios”, destacou José Grimaldo, organizador local da RoboCup.

Parte da prova, segundo os organizadores, é feita sem o uso da fala, pois entenderam que, em situações de desastres, esse recurso pode não funcionar devido a barulhos e interferências externas. Por isso, o robô também deve ser capaz de executar alterações no percurso através da interpretação de gestos feitos pela equipe de resgate ou até mesmo das vítimas.

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Aldo Cargnelutti é editor na Rede Brasil Inovador. Estamos promovendo os ecossistemas de inovação, impulsionando negócios e acelerando o crescimento econômico. Participe!

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